domingo, 22 de maio de 2011

Direitos humanos versus pós-modernidade

 O trabalho é útil e essencial, acompanha-nos  desde muito tempo e torna-nos dignos, pois proporciona uma certa importância ao indivíduo, porque o faz sentir-se “útil” para a sociedade, ao realizar algum serviço em prol dela. Mas, atualmente, a pós-modernidade distorceu as características fundamentais do bom trabalho, porque o lucro obteve uma elevada importância, exacerbada até para os indivíduos que o buscam, deixando, assim, os aspectos humanos em último plano. Desta forma, o que era para ser ferramenta de construção da dignidade humana transformou-se em exploração de mão-de-obra, desconsiderando os direitos humanos.

 A pós-modernidade está cada vez mais a pressionar os trabalhadores, porque o lucro se tornou uma fonte de procura infinita e insaciável aos que almejam o enriquecimento material rápido, principalmente os chefes e os empresários que passam a exigir mais trabalhos e mais produtividade de seus operários, no mesmo horário de serviço. É uma cena típica do século XXI, através da qual se observa o trabalhador chegando estressado e carregado de tarefas a casa, após ter trabalhado por, pelo menos, dez horas na empresa. Isso evidencia a coisificação do trabalhador que, temendo o desemprego, acaba por submeter-se a essa exploração.

 Neste ambiente, não surpreende que o trabalho escravo ainda permaneça na sociedade, embora com diferenças entre a escravidão de outrora e a de hoje. O trabalho escravo de antigamente (apesar de ainda haver alguns focos dessas práticas), utiliza-se da violência e da agressão física contra o trabalhador, sendo mais explícita à sociedade a condição de proprietário do senhor sobre o escravo; já a escravidão pós-moderna envolve o indivíduo de modo a mascarar sua condição de escravo, utilizando-se da pressão psicológica e do aumento da cobrança de produtividade, propositalmente dosada, para que o indivíduo não sinta impacto e revolta por isso.

 A “escravidão” piora com o emprego da tecnologia cibernética, que deveria ser utilizada para o benefício do empregado (tarefas seriam finalizadas rapidamente e, consequentemente, sobraria mais tempo para a família), é utilizada como ferramenta de potencialização do lucro, pois o chefe passa a exigir mais tarefas do trabalhador, deixando-o com sobrecarga, para compensar a demissão produzida pela reengenharia nas empresas.

 Com estes fatos, a dignidade humana é perdida, seres humanos tornam-se números e são facilmente descartados e substituídos por outros pela empresa quando não trabalham com eficiência.

 Para reverter essa situação, devem-se elaborar ou reformular leis que amparem os trabalhadores contemporâneos dessa influência maligna mercantil. Assim, terão sua dignidade humana restabelecida, pois o desrespeito aos direitos humanos é constante e pode causar prejuízos à saúde do indivíduo se nada for feito. Os sinais são claros, basta analisar os índices crescentes de depressão e estresse na sociedade.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça um comentário sobre o post! Não se esqueça que não será permitido palavrões e ofensas.