quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A profissão e seu sentimento de impotência

Ser integrante da área da saúde com finalidade de ajudar as pessoas e manter a vida daquele que corre risco não é a "coisa mais fácil do mundo", essa profissão exige muito de nós, atuantes na área, para que sejamos profissionais e os mais competentes possíveis, não deveriam existir aqueles profissionais irresponsáveis que encontramos frequentemente nos hospitais e nos postos de saúde.
Sempre observamos aquele profissional que se considera "O Deus", mas não é bem assim que funciona, quer um exemplo prático? Imagine esse "Deus" sendo chamado para uma ocorrência em determinado leito de um paciente em parada cardiorrespiratória, é realizado as compressões cardíacas, porém sem sucesso, o paciente entra em óbito. É lançada a pergunta: o que aconteceu com nosso profissional da saúde "Deus"?
Ser humilde nessa profissão e competente é demonstrar que nós não temos controle da situação em alguns pontos fundamentais da vida de um ser humano, respeitando-os, chegamos em uma certa etapa do processo que não podemos mais garantir a sobrevivência desse ser humano, o problema é que nós sofremos com isso também, seja participando ativamente ou passivamente, nos sentimos impotentes, há muitos pacientes que não aguentam mais viver e por mais que você lute pela vida dele, ele nunca irá colaborar, mesmo fazendo durante 20 minutos exaustivos de massagem cardíaca ele não lhe dará resposta, é nesse momento que o corpo se entrega, a sensação é de frustração e impotência, vendo aquele biombo sendo aberto e o corpo coberto com o lençol branco, eu tenho aquele sentimento horrível de um profissional menos preparado, mas mesmo assim acontece esse imprevisto.
O corpo humano é fascinante e sábio, o que me deixa ainda mais motivado e intrigado é essa espécie de "magia" que há nessa área, é incrível como os fatos acontecem de uma maneira muito interessante, quando mesmo na hora da emergência o corpo se deixa levar tranquilamente mesmo sendo investidas longas horas de tentativas de ressucitações. Observamos essas condições frequentemente em pacientes com câncer, por exemplo, há aqueles conscientes e tranquilos que aceitam a doença e também notamos aqueles que não querem morrer de jeito nenhum e acabam ficando revoltados com a própria doença e ofendendo inclusive os profissionais que estão alí para ajudá-los.
A chave principal é respeitar o paciente até o último momento da sua vida e passar o maior conforto possível, pois há os pacientes que não querem falecer sozinhos no leito, pedem a presença de um profissional para ficarem as últimas horas conversando com ele até se deixar levar e isso deve ser preservado e priorizado com toda certeza.

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